Fotógrafo brasileiro Natural de Olinda, comecei a fotografar profissionalmente em 2019 por influência do amigo e fotógrafo Cícero Romão, quando eu ainda cursava os últimos créditos do curso de engenharia eletrônica. A fotografia, por outro lado, entrou na minha vida muito antes, pois meu Pai sempre dispôs de câmeras analógicas bem simples, à época, e de um bom filme de 24 ou 36 poses, pensando na fotografia como registro do cotidiano. Eu muitas vezes tinha acesso às câmeras sem os filmes e vivia fotografando, mas não registrando. Acredito que muito das imagens que hoje registro, eu já tenha fotografado antes. Muito da minha influência na forma de enquadrar e em que momento capturar vem daqueles álbuns de fotografia, dos filmes que alugávamos e das revistas velhas em sala de espera, ou que meu pai comprava por quilo para que nós pudéssemos fazer trabalhos escolares.
Tenho profundo encantamento pelo cotidiano por mais ordinário e prosaico que ele possa parecer. Gosto de fotografar pessoas em seus ambientes de trabalho e em seus afazeres cotidianos. a fotografia de moda tem me atraído sobremaneira ultimamente sobretudo a idéia de fotografar pessoas comuns que nunca tenham sido clicadas profissionalmente neste âmbito anteriormente. Gosto da ideia de fotos mais espontâneas em que as pessoas não caem demasiadamente nos clichês estéticos de poses, pelo menos não conscientemente, já que temos vários desses padrões no nosso inconsciente advindo da publicidade e das redes sociais.
O mundo macro sempre me encantou desde muito cedo. Eu costumava olhar circuitos de eletrônicos quebrados com seus transistores, capacitores e indutores como sendo elementos de uma cidade futurista, gostava de ver poças de água e gramíneas como sendo um riacho em miniatura e fazia esses mundos imaginários interagirem com meus carrinhos e brinquedos pequenos. A fotografia culinária e de produto vem desse desejo inconsciente de ser “onipotente” na fotografia, arranjando tudo perfeitamente como se quer e sem influenciar o assunto. Por mais que na moda e na publicidade com pessoas se possa montar o ambiente como se quer, as possibilidades de ângulo são mais limitadas e sempre há o fator humano, ou seja, existe o “outro”, para além do “eu”.  
A fotografia culinária e de produto é especial pois nela se consegue mesclar o “mundo real” e o “mundo macro” em algumas horas me sinto apenas uma criança entediada e ansiosa esperando o pai fazer o devido sermão seguido das orações para poder comer; e em outras abstraio os pratos como sendo um mundo em si mesmo. A pizza pode virar uma lagoa de queijo com vitórias-régias boiando, por exemplo.
Estou sempre estudando e lendo avidamente e há um mundo inteiro de coisas que eu quero fotografar. Tenho como referências maiores na fotografia além do meu pai, José Severino e de Cícero Romão: Dora Philippine Kallmus, Henri Cartier-Bresson, Egon Schiele e Araquém de Alcântara.

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